"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Pré-Deep Purple: Episode Six

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“O Deep Purple surgiu de uma idéia exótica . No país que gerou The Beatles e Rolling Stones, revelou Jimi Hendrix e deu o título de deus a Eric Clapton, todos esperavam pela próxima grande idéia no campo fértil do rock. Em 1967, Chris Curtis, ex-baterista do The Searchers, teve a idéia exótica de reunir vários músicos muito talentosos num grupo chamado Roundabout (carrossel). Eles se revezariam em torno do baterista, como num carrossel. Depois que a idéia foi comprada pelo produtor Tony Edwards, o primeiro músico a topar a idéia foi o tecladista Jon Lord, colega de Curtis nos The Flowerpot Men, onde também tocava o baixista Nick Simper.
Era o final dos anos 60, e Curtis estava metido até o pescoço no espírito da época. Certa vez, Lord entrou no apartamento e encontrou as paredes cobertas de papel alumínio. Seu colega havia redecorado a casa pra mudar o astral. Liga, desliga, cai na estrada: Curtis desapareceu. O grupo achou um guitarrista - Ritchie Blackmore, conhecia um baterista - Ian Paice - que trouxe um colega da The Maze - o vocalista Rod Evans. Com a saída de Curtis, acabou a idéia do rodízio e a banda precisava trocar de nome. Em fevereiro de 1968, depois de queimar pestana em uma lista de nomes que incluía o pomposo Orpheus, acabou vencendo o título da música favorita da avó de Blackmore: Deep Purple.

Ian Gillan - vocais
Ritchie Blackmore - guitarra
Jon Lord - teclado
Roger Glover - baixo
Ian Paice – bateria
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O primeiro disco, Shades of Deep Purple, foi lançado em setembro de 1968. Recheado de regravações (incluindo versões progressivas de Help, dos Beatles, e Hey Joe, de Jimi Hendrix), o disco estourou nas paradas de sucesso dos EUA com uma música de Joe South: Hush, o primeiro single da banda. Em dezembro daquele ano, quando o segundo disco (The Book of Taliesyn) já havia sido lançado, eles fizeram sua primeira turnê na América, acompanhando o Cream. Nessa turnê, além de visitar a mansão de Hugh Hefner, criador da revista Playboy, o grupo também descobriu que outro motivo de seu sucesso no Novo Mundo vinha do nome da banda - o mesmo de uma droga então muito popular na Califórnia. O segundo disco também trazia regravações, como River Deep, Mountain High (sucesso na voz de Tina Turner), We Can Work it Out (Beatles) e Kentucky Woman (Neil Diamond). A composição Wring That Neck (chamada de Hard Road nos Estados Unidos, pela violência do nome) sobreviveu, no setlist do grupo, à extinção da primeira formação no ano seguinte. Foi o veículo de algumas das mais inspiradas trocas de solos entre Blackmore e Lord.
Em 1969, Blackmore e Lord estavam descontentes com a sonoridade do grupo. Ambos queriam experimentar mais com volume e eletricidade, mas consideravam que a voz de Evans não acompanharia as mudanças. O terceiro disco do grupo, chamado Deep Purple, reflete a tensão de uma banda que tinha os pés no rock inglês dos anos 60 e a cabeça em algo que ainda estava por ser criado. Sob convite do baterista Mick Underwood, em 24 de junho, Blackmore e Lord foram conferir uma apresentação do grupo Episode Six, de cujo vocalista (Ian Gillan) o ex-colega de Blackmore havia falado muito bem. Os dois membros do Deep Purple chegaram a subir ao palco para uma jam. Começou aí o mês mais tenso e criativamente decisivo em toda a carreira do Deep Purple.
Blackmore, Lord e Paice combinaram um teste com Ian Gillan. Ele levou seu amigo Roger Glover, baixista também do Episode Six. Juntos, os cinco gravaram o single Hallellujah, no dia 7 de junho. Aprovados os dois, o Deep Purple passou a ter vida dupla. Durante o dia, a segunda formação (Fase II) ensaiava no Hanwell Community Centre; à noite, a primeira (Fase I) continuava se apresentando como se nada estivesse ocorrendo. Evans e Simper não sabiam o que estava por acontecer até a véspera da estréia da Fase II nos palcos, em 10 de julho. A situação era tão maluca que, em 10 de junho de 1969, Episode Six e Deep Purple se apresentaram em bailes de Cambridge. O Deep Purple fez 11 apresentações entre a escolha dos novos membros e a estréia da nova fase; o Episode Six, oito. Mas Gillan e Glover ainda fizeram outros quatro shows para cumprir contrato com o E6 até o dia 26 de julho, intercalando com os três primeiros shows da Fase II.
Os projetos que já vinham ocorrendo, porém, continuaram. O terceiro disco tinha acabado de ser lançado na Inglaterra quando a nova formação, com sua proposta sonora mais ousada, estreou. Jon Lord também estava finalizando seu Concerto for Group & Orchestra, que seria apresentado no Royal Albert Hall, com a Royal Philharmonic Orchestra, no dia 24 de setembro. Nesse dia, além de mostrarem o novo tipo de composição idealizado por Lord (unindo as linguagens da música erudita e do rock), os ingleses de todas as classes sociais conheceram Child in Time, composta ainda em Hanwell. A composição mostra tudo o que a nova formação trazia de novo em relação à anterior: mudanças de ritmo, solos poderosos, gritos de banshee. O novo Deep Purple era elétrico e explosivo, e isso ficaria muito claro no primeiro disco da nova formação - In Rock, lançado em abril de 1970. Os ingleses puderam conhecer faixa por faixa do novo disco via BBC durante os vários meses que levaram ao lançamento. Conheceram inclusive faixas inéditas, como Jam Stew, e uma versão primitiva de Speed King chamada Kneel and Pray, com uma letra completamente diferente e muito mais maliciosa do que a conhecida e cantada até hoje.
O segundo disco da Fase II foi Fireball, que mantém a eletricidade mas envereda por um caminho mais experimental. Até um country ("Anyone's Daughter") o disco inclui, ao lado de longos instrumentais como os de "Fools" e rocks mais próximos dos que havia no disco anterior, como "Strange Kind of Woman". Os shows da turnê de 1971, disponíveis apenas em gravações piratas, mostram uma banda mais madura e mais ousada. É nessa turnê que Ian Gillan começa a fazer duelos de sua voz com a guitarra de Blackmore, por exemplo.”

Para ver a matéria na íntegra:
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Faixas
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01 My Baby (1964)
02 Put Yourself In My Place (1966)
03 That's All I Want (1966)
04 I Hear Trumpets Blow (1966)
05 True Love Is Funny That Way (1966)
06 Here, There And Everywhere (1966)
07 Mighty Morris Ten (1966)
08 I Will Warm Your Heart (1966)
09 Incense (1966)
10 Love Hate Revenge (1967)
11 Baby Baby Baby (1967)
12 Morning Dew (1967)
13 Sunshine Girl (1967)
14 I Won't Hurt You (1967)
15 U.F.O. (1967)
16 I Can See Through You (1967)
17 When I Fall in Love (1967)
18 Way You Look Tonight (1966) *
19 My Little Red Book (1966) *
20 Plastic Love (1966) *
21 Time And Motion Man (1966) *
22 Only Lonely People (1966) *
23 Little One (1968)
24 Lucky Sunday (1968)
25 Wide Smiles (1968)
26 Mr. Universe (1968)
27 Mozart Vs The Rest (1969)
28 Jack D'Or (1969)
29 Have You Ever Been There? (1966)

* faixas cortadas em 66 pela Pye.

BAIXAR SINGLES
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Formação do Episode Six em maio de 1965:

Ian Gillan - vocals
Graham Dimmock - guitar
Tony Lander - guitar (born Anthony Barham, 10 August 1947).
Sheila Dimmock - keyboard
Roger Glover - bass
Harvey Shield - drums (born Harvey Schildkraut, 6 September 1946)
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“Conhecido por ter como baixista Roger Glover, e o cantor Ian Gillan, antes de entrarem pro Deep Purple. Gravaram mais de 9 singles entre 66-69, e, em 1969,a banda começou a trabalhar num álbum, chamado The Story So Far In April, mas ele nunca foi terminado. Na década de 90 saiu essa coletânea, onde estão quase todas as músicas gravadas pelo Episode Six, e algumas que nem saíram na época. Destaques especiais a I Can See Through You, Have You Ever Been There? (raríssima, pois essa nem é da coletânea), Love Hate Revenge, I Won't Hurt You, Way You Look Tonight e Mozart vs The Rest.”


Fonte de onde peguei o álbum: http://psychedeliccinnamon.blogspot.com, grande e saudoso blog. Porra, na época me deu uma grande tristeza ao abrir um dia e encontrar um anúncio assim:

“Devido ao grande número de discos deletados, falta de comentários, falta de tempo, e de ânimo, estou largando o blog. Provavelmente nunca mais postarei alguma coisa, mas, quem sabe? Por isso não deletarei o blog. Aproveitem os albuns qua ainda não foram deletados”

Espero de coração que ele tenha mudado de idéia com o tempo, era realmente um trampo de qualidade e bem pesquisado o que era proporcionado ao alcance de todos por lá naquela época. Bem, eu já passei por tudo isso aí, já tive fases de não ter tempo nem pra olhar pro lado, já tive box do Miles deletados vinte vezes seguidas cada um, lá no Portfólio raramente há comentários, e a minha hija é extremamente calma...sim, e óbvio, já me bateu um desânimo da porra também. Podem até me deletar e o carajo mas que se joda, eu monto outro e outro e outro...pode até ser que não repita o mesmo material, mas já que cheguei até aqui no me gusta essa idéia de desistência. A gente às vezes não se dá conta, mas ajuda demais sim um sem número de pessoas que não só baixam pra conhecer por curiosidade, mas que também usam as raridades na elaboração de trilhas no meio alternativo e uma série de outros projetos, muitos destes interessantíssimos. Me gusta sim, essa idéia : mesmo que muitos não demonstrem abertamente nos comentários sua satisfação com o material, é mais do que certo que estamos ajudando diretamente na criação de novas fusões e direcionamentos artísticos em várias esferas.

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