"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Naná Vasconcelos - Africadeus

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QUEM É NANÁ VASCONCELOS ...

Naná Vasconcelos, ou Juvenal de Holanda Vasconcelos, nasceu em meados da década de 40, em Sítio Novo, um bairro da cidade de Olinda, em Pernambuco. De sua casa, na época, Naná podia ouvir os Maracatus chegando a quilômetros de distância.
Naná desde criança quis ser músico. Aos 12 anos de idade já era profissional e tocava na sede do bloco "Os Batutas de São José". Tocava bongô, maraca, muito bolero e tchá-tchá-tchá. Como era menor de idade, para poder tocar, Naná precisava de uma autorização do juizado de menores; pois o lugar era um Cabaré!
Depois virou músico da Banda Municipal do Recife, e chegava antes aos ensaios para poder aprender a tocar bateria, escondido.
No final da década de 60, Naná convenceu Capiba a lhe pagar uma passagem de ônibus para o Rio, dizendo que lá não havia ninguém que realmente soubesse tocar frevo, e que sua música, inscrita em um festival, seria mal apresentada. E assim, partiu para o Rio de Janeiro, onde conheceu Luiz Eça, Wilson das Neves, Gilberto Gil, e passou a acompanhar Milton Nascimento e o Som Imaginário. Integrou o Quarteto Livre (com Nelson Ângelo, Franklin da Flauta e Geraldo Azevedo) em 1968, mesmo ano em que acompanhou Geraldo Vandré no show "Caminhando (Pra Não Dizer que Não Falei de Flores)".
Uma união em 1970 com o saxofonista Gato Barbieri o tirou de nossas fronteiras pela primeira vez - o que se tornaria uma constante anos depois.
Naná viveu em Paris por cinco anos. Foi nessa fase que lançou seu primeiro disco, Africadeus.
Em 1973, gravou no Brasil, Amazonas, um disco que se tornou um marco na combinação de percussão e voz na MPB. De volta ao Brasil, ligou-se a outro músico ímpar na história da música brasileira: Egberto Gismonti. A parceria durou oito anos e rendeu três discos: Dança das Cabeças (1976), Sol do Meio Dia (1977) e Duas Vozes (1984).
Entre o fim dos anos 70 e o início dos anos 80, Naná novamente deixou o Brasil, e partiu para Nova York.
Nessa época integrou, junto com o trompetista Don Cherry e o citarista Colin Walcott, o grupo CoDoNa, top do jazz mundial, cujos discos foram lançados pelo selo ECM. O grupo se desfez com a morte de Walcott em 1984 num acidente automobilístico. Entre 1980 e 1983 participou ainda do grupo do guitarrista Pat Metheny.
Depois de aproximadamente 10 anos fora do Brasil, Naná voltou em 1986, como um dos idealizadores do PercPan, um festival anual de música experimental - Panorama Percussivo Mundial (Percpan) - que no início contemplava apenas a percussão pura.



Dois anos depois, dividiu a direção do festival com Gilberto Gil, o que fez com que se tornasse mais abrangente. O festival tem se repetido regularmente, com sucesso cada vez maior.
Desde que deixou o Recife para ganhar o mundo, Naná Vasconcelos já tocou para as mais diversas platéias, nos mais diversos lugares. Gravou com nomes que vão de B.B. King a Talking Heads, passando por Don Cherry, Laurie Anderson, Jean-Luc Ponty, Mutantes, Agostinho dos Santos, Marisa Monte, Gal Costa e Caetano Veloso, além de uma infinidade de amigos/parceiros.
Já se apresentou também como solista acompanhado por orquestras sinfônicas, excursionou pela Europa com dançarinos do Bronx e fez trilhas sonoras para cinema, teatro e dança.
Foi eleito o melhor percussionista pela crítica especializada nos Estados Unidos diversas vezes.
Naná além de dominar uma grande variedade de instrumentos de percussão, também contribuiu para a divulgação internacional do berimbau.
Enfim, recifense, parisiense, nova iorquino... Naná Vasconcelos vive hoje entre um apartamento em New York e uma casa na Praia do Janga, mas sempre contribuindo com a música mundial.


Em 1970, Naná Vasconcelos foi para Nova Iorque com o saxofonista argentino Gato Barbieri, onde chamou a atenção da vanguarda musical nova-iorquina por sua performance que exibe uma vasta intimidade com os ritmos brasileiros, utilizando-se de vozes e instrumentos de percussão que se confundem com seu próprio corpo, antes nunca visto, e hoje inimitável, tão forte sua personalidade musical.
Não raro, Naná Vasconcelos é convidado para colorir com sua inventividade a música de Pat Matheny, Jack DeJohnette (que já tocou com Miles Davis), Tonny Williams, Jan Garbareck, Jean-Luc Ponty, Egberto Gismonti, Milton Nascimento, entre outros.
Naná Vasconcelos gravou em 71 o LP solo "Africadeus", iniciando uma surpreendente discografia. Como solista ou colaborador, seu nome marca presença em mais de 70 discos de músicos internacionais, de Caetano Veloso ( Estrangeiro e Circuladô ) a B. B. King ( Live "Universty Of Mississipi").
Entre suas principais obras destacam: "Saudades", gravado com a Orquestra Sinfônica da Rádio de Stuttgart, com arranjos de Egberto Gismonti; o trio "Codona", formato em 78, com Don Cherry, trompetista de vanguarda e parceiro de Ornette Coleman, e com o multiinstrumentista Collin Walcott, tendo registrado três álbuns magníficos. Em duo com Egberto Gismonti gravou os geniais "Dança das Cabeças", em 77, e "Duas Vozes", em 1984. Com o grupo The Bush Dancers, gravou "Rain Dance", em 89.



Naná Vasconcelos – Africadeus (1971)
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01. Africadeus
02. Aboios
03. Seleção de Folclore
04. No Sul do Polo Norte
05. No Norte do Polo Sul
06. Aranda
07. Toshiro
08. Baião do Acordar
09. Garimpo
10. Tiro Crusado
11. Pinote

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