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“Celtic Frost, formado na Suíça em 1984, causou furor na mídia especializada quando colocaram no mercado este seu terceiro registro de nome “To Mega Therion”. Graças a esta pérola do black metal oitentista, este grupo ainda consegue gerar enorme influência no underground metálico mundial até os dias de hoje.
Tom Warrior, seu mentor, já era membro ativo na cena black metal com o conjunto Hellhammer, porém, sua sede de desenvolvimento artístico fê-lo montar o Celtic Frost, musicalmente mais maleável e que começou a angariar um representativo número de apreciadores de sua arte desde seu debut, o bastante cru “Morbid Tales”. Lançam ainda em 1985 um EP chamado “Emperor's Return”, sempre conquistando mais adeptos.
Porém, a essência da banda está realmente aqui, em “To Mega Therion”. Totalmente gravado em Berlin por Horst Müller no estúdio Casablanca no ano de 1985, tudo neste disco chama a atenção, a começar pela belíssima e totalmente anticristã arte da capa. A considero uma das mais inteligentes já feitas dentro do estilo, apresentando o demônio segurando uma imagem de Jesus em posição de crucificado. Esse Cristo serve como uma funda, uma arma, visando o observador. O Mal usando o Bem para atingir o Homem, numa excelente abordagem que dá o que pensar (esta capa foi feita pelo grande H.R.Giger, que já citei aqui em outros posts).
Além de Thomas Gabriel Warrior na voz e guitarra, este disco contou com a participação de Reed St. Mark na bateria e Martin Eric Ain (também ex-Hellhamer) no baixo em algumas poucas faixas, pois a relação deste com Tom não estava em sua melhor fase. As linhas de contrabaixo da grande maioria das canções ficaram ao encargo de Dominic Steiner.
Musicalmente, muita coisa era diferente na época de seu lançamento. Celtic Frost fez com que “To Mega Therion” fosse o primeiro disco de música extrema a inserir efeitos de orquestrações e vocalizações femininas em seu black metal. Esta linha musical foi a maior herança que deixaram para a próxima geração de bandas européias, sendo seguido por Bathory em alguns destes aspectos e massificando-se depois de uns 10 anos, com a aparição do black metal sinfônico e o gothic metal.
“To Mega Therion” trazia canções relativamente rústicas, porém donas de uma frieza e densidade espantosas, graças aos riffs cavalares e eficazes que são uma das marcas registradas deste disco. A introdução bombástica e sinfônica de “Innocence And Wrath”, com seu rufar de tambores, são um excelente prenúncio para a poderosa “The Usurper”, Heavy Metal direto e sem concessões.
O lado sinfônico continua na sombria “Dawn Of Meggido” e na última faixa, “Necromantical Screams”, que apresenta a bela voz feminina operística e que é uma aula de música obscura e gótica. Fazendo contra-peso com esta inesperada faceta musical que o Celtic Frost apresentava, as outras canções que compõem este registro já vão numa linha musical que mistura bem o som de Motörhead e Venon. "Circle Of The Tyrants", a mais pesada, é um ótimo exemplo do poder de fogo do Celtic Frost, seguido de perto pelas outras faixas, sejam velozes ou cadenciadas.”
Escrito por Ben Ami Scopinho
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Celtic Frost – To Mega Therion (1985)
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