"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

domingo, 17 de junho de 2007

Tristan Tzara


Tristan Tzara, pseudônimo de Sami Rosenstock, (Nascimento: Moinesti, 16 de abril de 1896 ; Morte : Paris, 24 de dezembro de 1963) foi um escritor francês nascido na Romênia.
Seu pseudonimo significaria numa tradução livre "triste terra", tendo sido escolhido para protestar o tratamento dos judeus na Roménia. Poeta e ensaísta, participou na fundação do movimento dadaísta em Zurique, em 1916. No ano seguinte, após a partida de Hugo Ball, Tzara assumiu o controlo do movimento em Zurique. Proclamou a sua vontade de destruir a sociedade, os seus valores e a linguagem em obras como “Coração de gás” 1921, “A anticabeça” 1923 e “O homem aproximativo” 1931. Após o declínio do movimento dada, Tzara envolveu-se no surrealismo, juntou-se ao Partido Comunista e à Resistência Francesa. Tudo isto fez com que em obras como “A fuga” 1947, “O fruto permitido” 1956, “A Rosa e o Cão” 1958, esteja patente uma consciência lírica, na qual traduziu as suas preocupações sociais e testemunhou a sua ânsia de defender o homem contra todas as formas de servidão.
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Por Wikipedia


Joseph Beuys
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"Assim nasceu DADA duma necessidade de independência , de desconfiança em relação à comunidade. Quem é dos nossos conserva a sua liberdade. Não reconhecemos teoria nenhuma. Estamos fartos das academias cubistas e futuristas: laboratórios de ideias formais. Ou será que se faz arte para ganhar dinheiro e para fazer festas aos simpáticos burgueses? As rimas soam à assonância das moedas e a inflexão desliza ao longo da linha do ventre, de perfil. Cavalgando cometas diversos todos os agrupamentos de artistas conduziram a esse banco. Porga aberta às possibilidades de espojarem nas almofadas e na comida.
Aqui, lançamos âncora na terra gordurosa.
(...)
Cada página tem de explodir, ou pela serenidade profunda e pesada, pelo turbilhão, a vertigem, o novo, o eterno, pela blague demolidora, pelo entusiasmo dos princípios, ou pela maneira como for impressa. Temos assim um mundo vacilante em fuga, noivo dos guizos da escala infernal; e temos, do outro lado: homens novos. Rudes, saltitantes, cavaleiros de soluços.
(...)
Digo-vos: não há princípio e não trememos, não somos sentimentais. Rasgamos, vento furioso, o pano das nuvens e das rezas e preparamos o grande espectáculo do desastre, o incêndio, a decomposição. Preparamos a supressão do luto e substituímos as lágrimas pelas sirenes dirigidas de continente a continente. Pavilhões de intensa alegria e viúvos da tristeza do veneno.
(...)
Destruo as gavetas do cérebro e as da organização social: desmoralizar por toda a parte e lançar mão do céu até ao inferno, levantar os olhos do inferno até ao céu, restabelecer a roda fecunda dum circo universal sobre os reais poderes e sobre a fantasia de cada indivíduo.
(...)
A bondade é lúcida, clara e decidida, impiedosa com o compromisso e com a política.
(...) «
Tristan Tzara, Manifesto Dada, 1918
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PRÉALABLE

cheveux défaits sentent la nuage de sang
de ton sang faible
lent à l’annonce de l’amour
lent
par les veines vers la vibration hospitalière
de ton sang
lent
fièvre faible hypothèse sans amour
dort sans paupières le poids à cotê
sur l’échelle des côtes la toux
balbutie sa petite répétition arithmétique


PRELIMINAR

cabelos desfeitos sentem a nuvem de sangue
do teu sangue frágil
lenta ao presságio do amor
lenta
pelas veias rumo à vibração hospitaleira
do teu sangue
lenta
febre frágil hipótese sem amor
dorme sem pálpebras os pés de lado
sobre a escala das costelas a tosse
balbucia sua pequena repetição aritmética

Traduções Virna Teixeira, revista Zunai
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