"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

sexta-feira, 15 de junho de 2007

The Stooges – Fun House Deluxe Edition

"A história começa em Detroit, quando no auge do colorido e psicodélico movimento hippie um rapaz chamado James Osterberg decidiu montar uma banda após assistir a um show dos Doors. Adotando o nome de Iggy Stooge (pateta, em inglês), recrutou os irmãos delinqüentes Scott e Ron Asheton (bateria e guitarra, respectivamente) e o baixista Dave Alexander para formarem os Stooges.
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Scott Asheton., Ron Asheton, Dave Alexander, Iggy Pop

O primeiro show aconteceu na Universidade de Michigan, em 1967. Fiasco total, nem é preciso dizer. Muito barulho para ouvidos acostumados a violões e cítaras.
Durante o ano seguinte continuaram a tocar para platéias estarrecidas diante da selvageria que viria a se tornar marca registrada dos shows da banda. Nascia aí um performático e inigualável frontman: Iggy Pop. Ainda em 68, um caça-talentos da gravadora Elektra (na verdade o maluco Danny Fields) foi enviado a Detroit para assistir a um show do MC5, mas acabou contratando também a banda de abertura, os Stooges.

1968

E eis que em 1969 vem à tona "The Stooges", álbum impensável para os padrões da época, e que deu ao rock a direção que mais tarde seria tomada por dez entre dez bandas punks.
Produzido por John Cale (do Velvet Underground), o disco abre com a matadora "1969", e enquanto todos cantavam o amor e a felicidade lisérgica, Iggy Stooge (nome adotado por Iggy nesse disco) cantava "I wanna be your dog" e "No Fun", protopunks de primeira grandeza.
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1969

Bem, como todo jovem roqueiro que põe a mão em alguma grana, a banda rapidamente começou a consumir grandes quantidades de drogas. Iggy adquiria rapidamente a fama de maluco, espalhando manteiga pelo corpo durante os shows, se cortando com pedaços de vidro e pulando sobre a platéia. Ron Asheton (o único não viciado em heroína) usava casacos de soldados nazis, e assim a banda seguia em frente.
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Iggy with Dany Sugerman and Ron Asheton

Já aclamados pelo público underground, e nas condições típicas de qualquer junkie, levaram a cabo as gravações do segundo álbum, com o sugestivo nome de "Fun House", lançado em 1970.
Se o primeiro disco foi produzido pelo refinado John Cale, que exigia da banda algo que ela não conseguia fazer, no caso abaixar os volumes e distorções, o segundo teve a produção do ex-The Kingsmen (autores do clássico "Louie,Louie") Don Galucci, que deu à banda liberdade para recriar no estúdio o que eles faziam em cima do palco, com o mínimo de interferência possível.
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1970 Minneapolis

O resultado é um dos discos mais foda de toda história do rock n?roll. Nesse disco houve a participação do saxofonista Steve MacKay.
Após o lançamento do disco os integrantes se separam, até que dois anos depois surge em cena David Bowie, que ressuscita a banda, ou como dizem as más línguas, acaba com ela de vez.
Com a ajuda de Bowie, os Stooges se reúnem para gravar mais um álbum, o último de estúdio.
"Raw Power" deve ter sido muuuuuito escutado por gente como Joey Ramone e toda a "turma" de Nova Iorque. Mesmo com todos os problemas ocorridos durante as gravações (a saída de Dave Alexander, o remanejamento de Ron Asheton para o baixo, a entrada de James Willianson na guitarra, o vício em heroína, a mudança do nome da banda para Iggy and the Stooges, a produção de Bowie, etc), o disco é simplesmente maravilhoso. Impossível escutar a faixa de abertura, "Search and Destroy" e não sair quebrando tudo.
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1972 London

Iggy and Keith Moon 1973

Exalando punk rock por todos os poros, a turnê de lançamento é recheada de estórias e histórias, desde os ataques de Iggy ao público, quando invariavelmente era atacado de volta, ao boato de que ele teria sido estuprado por um grupo de fãs. Passando também, é claro, pelas vezes em que o sujeito se drogava tanto antes de subir ao palco que não conseguia ficar de pé.

“Eu tomava duas gramas de anfetamina, fazia cinco viagens de lsd e fumava toda maconha que eu pudesse antes dos shows do Stooges. Era eficaz.” (Iggy Pop)



1974

Daí para o final da banda foi um passo. O caminho da autodestruição já vinha sendo trilhado há um bom tempo, e o último show dos caras aconteceu em Detroit (onde tudo começou), no ano de 1974.
Reza a lenda que uma noite antes do show, Mr. Iggy insultou os membros de uma gangue da região durante um programa de rádio. Resultado: na noite seguinte toda a gangue estava lá, e o que se viu foram garrafas e tijolos voando para cima do palco, e Iggy Pop instigando os já ensandecidos motoqueiros a atirarem mais objetos nele, até que em certo ponto um dos bad boys subiu ao palco e pôs o vocalista a nocaute. A histórica apresentação se tornou um disco, ou melhor, dois, chamados obviamente de "Metallic K.O" e "Metallic 2x K. O", lançados em 1976 e 1988, respectivamente.
Depois desse show a banda definitivamente pôs fim às suas atividades. Iggy Pop saiu em carreira solo, lançando vários discos, sendo o último de estúdio "Beat em Up", de 2001, mas isso já é outra história.
Com apenas três discos lançados, os Stooges continuam sendo banda de cabeceira de inúmeros artistas. Influenciaram de Ramones a Mudhoney, de Sonic Youth a Weezer, e enquanto houver uma garagem suja e uma banda com os amplificadores ligados no último volume, o espírito dos pais do punk continuará rondando as vizinhanças.”

Texto retirado de Zona Punk. Já foram lá? Não? Então cliquem aqui.


The Stooges – Fun House Deluxe Edition


Disc 1

1. Down On The Street
2. Loose
3. T.V. Eye
4. Dirt
5. 1970
6. Fun House
7. L.A. Blue

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Disc: 2

1. T.V. Eye (Takes 7 & 8)
2. Loose (Demo)
3. Loose (Take 2)
4. Loose (Take 22)
5. Lost In The Future (Take 1)
6. Down On The Street (Take 1)
7. Down On The Street (Take 8)
8. Dirt (Take 4)
9. Slide (Slidin' The Blues) (Take 1)
10. 1970 (Take 3)
11. Fun House (Take 2)
12. Fun House (Take 3)
13. Down On The Street
14.1970

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