"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

domingo, 24 de outubro de 2010

Pioneiros da Animação - L’Idée/ A Idéia, por Berthold Bartosch (1932)

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Berthold Bartosch nasceu em 29 de dezembro de 1893 na Boémia, atual República checa. Em 1920 mudou-se para Berlin, onde conheceria mais tarde a animadora de silhouetas Lotte Reiniger, trabalhando juntos no seu conhecido filme ‘Die Abenteur der Prince Achmed’ (“As Aventuras do Príncipe Achmed” (1923-1926)). Houve colaboração também nos trabalhos “O ornamento do coração afetuoso” (1919), “A Batalha de Skagerrak” e “Dr. Dolittle” (1928).
Em 1930, começou o trabalho no filme que viria a ser ‘L’Idée’, adaptado de um livro ‘woodcuts’ publicado anos antes por Frans Masereel. Bastante famosos nos anos 20 na Alemanha, consta que o famoso filme de Walter Ruttman ‘Berlin: Sinfonia de uma cidade’ foi totalmente retirado de um desses livros, chamado ‘A cidade’. Masereel trabalhou com Bartosch no inicio, mas depois de descobrir o tedioso trabalho que é a animação acabou por desistir e assim Bartosch trabalhou sozinho durante 2 longos anos, tendo como bancada as placas de vidro que usava para animar. 45.000 imagens foram animadas com sabão e iluminadas por lâmpadas de 100 watts.



Gravura do livro de Masereel, que inspirou a animação

Bartosch foi das primeiras pessoas a mostrar que a animação podia ser poética. A ‘L’Idée’ seguiu-se o trabalho ‘Nuit dans le mont chauve’ de Alexandre Alexeïeff e Claire Parker (1934), os dois grandes marcos da animação enquanto forma de elaborada expressão artística. Este é o unico filme que sobrevive de Bartosch. Mais tarde faria ‘Cosmos’, um filme de 109 minutos que foi totalmente destruido pela Gestapo. Sem dúvida um dos grandes e mais negligenciados gênios da animação.
De 1935 a 1939 Bartosch trabalhou em um filme pacifista, "St. Francis" ou "Pesadelos e Sonhos". Quando os nazistas invadiram Paris, ele depositou o filme na Cinemateca Francesa. O filme foi destruído durante a ocupação nazista, e sobreviveram apenas poucas imagens.
Em 1948, trabalhou durante um ano para a UNESCO em Paris sob direção de George Dunning, um animador britânico conhecido por seu trabalho no filme de animação Yellow Submarine (filme), de 1968. Falece em 13 de novembro de 1968.

O filme


Em “L’Idée’ (A Ideia), a mulher nua que nos é apresentada não é mais uma exploração do corpo feminino, e sim a representação física de uma “Ideia”, a personificação da ‘verdade nua’, aquela frente à qual trememos mesmo estando tão habituados a todo o género de violência. O filme demonstra como a ideia, no sentido filosófico da palavra, nasce de um jovem idealista e como ele a tenta espalhar, como é rejeitada e ostracizada pela sociedade e obrigada a ‘vestir-se’, como ao
mesmo tempo protege os sonhadores e idealistas e, finalmente, como é aceita e espalhada pelo mundo através de todos os meios de comunicação fazendo tremer os mais poderosos! Sem o ver, é difícil acreditar na densidade poética deste filme, no seu elaborado e esmerado trabalho artístico.
Os personagens e cenários foram desenhados em várias camadas de tipos diferentes de papel, do mais transparente até um tipo de cartão grosso. Efeitos especiais como halos, fumaça e neblina foram feitos com espuma espalhada em chapa de vidro e iluminados por trás. O filme foi baseado em um livro de recortes em madeira de Frans Masereel. A Idéia foi realizado com trilha sonora do compositor Arthur Honegger incluindo um Ondes Martenot, o qual acredita-se ser o primeiro de um instrumento musical eletrônico na história do cinema. Neste trabalho Honegger realiza uma sobreposição das etéreas tonalidades do Martenot com sonoridades jazzísticas mais urbanas.

Bartosch provavelmente terá morrido a murmurar ‘pode-se fazer tudo com sabão’…
(por Jorge Amaro)
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Formato avi, 271 mega

. “OS HOMENS VIVEM E MORREM POR UMA IDEÍA
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MAS A IDÉIA É IMORTAL
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PODE-SE PERSEGUIR, JULGAR, PROIBIR, CONDENAR A MORTE
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MAS A IDEÍA CONTINUARÁ VIVENDO NO ESPÍRITO DOS HOMENS
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ELA SE ENCONTRA ALI ONDE A MISÉRIA E A LUTA ESTÃO LADO A LADO
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ELA SURGE TANTO AQUI AGORA, COMO ALÉM,
ELA PERSEGUE SEU CAMINHO ATRAVÉS DOS SÉCULOS

A INJUSTIÇA TREME ANTE ELA

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GUIA OS OPRIMIDOS PARA UM MUNDO MELHOR
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AQUELE QUE É PENETRADO POR ELA NUNCA MAIS SE SENTE ISOLADO
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POIS ACIMA DE TUDO ESTÁ
A IDÉIA "


Saint Steven - Over The Hills / The Bastich (1969)

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Este trabalho de 1969, foi concebido e gravado no contexto de agitação social e política da época, o pavor e o poético se fundem em seu lirismo. Há nas canções o confronto entre inocência e forças negras, coisas que todos enfrentamos em nós mesmos.
Na capa frontal “St. Steven”, ou Steven Cataldo, guitarra vocal e idealizador do álbum, aparece abraçando sua guitarra, flutuando entre as nuvens com o sol irradiando...abaixo há um monstro marinho deslizando na borda do oceano (no que se deu este belíssimo resultado, com o trabalho do grande Gustave Doré ao fundo). Na capa traseira seu rosto está inserido num trabalho de Hieronymus Bosch (dá pra notar que ele não teve nem um pouco de bom gosto nas escolhas dos quadros....haha).
Com a guerra do Vietnã em seu auge no período, há trechos mesclados com o áudio da tv americana em off.
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Saint utiliza nas letras seus próprios personagens míticos, como "Gladacadova" e "Ay-Aye-Poe-Day" , para adicionar magia e mistério a sua narrativa. No meio de "Poor Small" a música pára e nós temos um trecho de uma das eleições presidenciais, com o som de alguma velha senhora lendo algo como registros dos estados e batendo um martelo. A música continua com os ruídos ao fundo, o que faz lembrar como escapamos de tristes realidades da vida com o poder da música.
Em “Bastich I” há uma forte introdução com coros celestiais seguidos de uma base mais ácida em que sua hipnótica guitarra faz um papel grandioso em meio a criativa psicodelia do Santo.
Embora o álbum original fosse bastante curto, com cerca de 29 minutos, o artista mesmo assim trabalhou nele como uma peça inteira, impressionando do início ao fim.

Adaptação livre de um textinho encontrado no lugar onde baixei o disco, aqui.
Gostei da descoberta, vou retomar os posts na área abrindo com este.


* Steven Cataldo guitarra, vocal
* John Turner Arranjo
* Russ Hamm Arranjo
* Stephen Pinney bateria (nas faixas bonus)
* Ian Bruce Douglas guitarra 12string (nas faixas bonus)
* Barbara Vanderloop backing vocal (nas faixas bonus)
* Kerry Frangione backing vocal (nas faixas bonus)

- Over the Hills
01. Over The Hills 0:43
02. Animal Hall 2:50
03. Gladacadova 2:11
04. Over The Hills 0:18
05. Poor Small 2:41
06. Ay-Aye Poe Day 3:22
07. Grey Skies 2:51
08. Over The Hills 1:28

- The Bastich
09. Bastich I 3:07
10. Voyage To Cleveland 2:51
11. Sun In The Flame 2:26
12. Bright Lights 2:02
13. Louisiana Home 2:51
14. Bastich II 1:06

- Bonus Tracks (Recorded in 1966: Previously Unreleased)
15. My Sunday Love (Bonustrack) 2:57
16. Where Has The Time Gone To (Bonustrack) 2:38

BAJAR

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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pedido - Rituaes e festas Bororo, por Major Luiz Thomaz Reis, 1917

... acho justo pedir algumas cositas, além de somente postar....uma delas é este filme aí...se algum de vcs estiver passando pelo blog e souber de um link pra baixar, por favor me avisa tá?

abraços a todos...