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Adquiri esta série, de poster+cd faz um certo tempo, nas bancas...
São bem interessantes, pois abordavam várias tradições religiosas...
Este aqui, sobre Xamanismo, contém um depoimento muito emocionante de como foi a
São bem interessantes, pois abordavam várias tradições religiosas...
Este aqui, sobre Xamanismo, contém um depoimento muito emocionante de como foi a
gravação do material com os nossos irmãos guaranis.
Neide
O material que a equipe usou nesta compilação foi extraído destes 3 cds:
Neide
O material que a equipe usou nesta compilação foi extraído destes 3 cds:
Faixa 1 6:34
Meditação para receber Ajuda da Roda da Medicina
Voz Mirna Grzich
Texto: Gláucia Stolf
Música: O retorno da Grande Tribo Galáctica
Daniel Namkhay
Álbum Filhos do Vento
Meditação para receber Ajuda da Roda da Medicina
Voz Mirna Grzich
Texto: Gláucia Stolf
Música: O retorno da Grande Tribo Galáctica
Daniel Namkhay
Álbum Filhos do Vento
Faixa 2 03:18
Nhaneramoi’i Karai Poty
Todas as aldeias guaranis
Álbum: Ñande Reki Arandu
Nhaneramoi’i Karai Poty
Todas as aldeias guaranis
Álbum: Ñande Reki Arandu
“Um projeto realizado pelas Associações Indígenas Tembiguai, Aldeia Morro da Saudade, Aldeia Rio Silveira, Bracuí-Acibra, e pela Comunidade Solidária, interlocução São Paulo. A cultura guarani, que abrangia toda a Mata Atlântica, hoje quase toda dizimada, sempre teve um cântico. E o cântico das crianças é sempre ouvido primeiro pelo Criador, pois elas são a própria pureza. Os mais velhos guaranis ensinavam as crianças a cantar e explicavam qual a importância, o significado daquele cântico.
Eis um disco emocionante, que representa um trabalho incrível de aglutinação de centenas de crianças, de diversas aldeias guaranis, que desenvolveram esse projeto de resgate das suas raízes e cultura. Através dessa gravação, os Guaranis vão contando sua tradição. “A gente tinha contato antes da gravação, mas era diferente”, dizem alguns participantes. “Através do cd, de repente, uniram-se quatro aldeias. A força foi tão grande que se viu, naquele dia, o espírito guarani.” Através dessa reunião das quatro aldeias para a realização do cd, elas se fortaleceram. As crianças, os músicos e os organizadores jamais vão esquecer aquele momento especial.
Para nós, privilegiados ouvintes, a música das crianças guaranis, com menos de dez anos de idade, vindas de quatro grandes comunidades da quase extinta mata atlântica, que se encontraram para esse projeto cultura guarani, é emocionante, vai direto ao coração. “
Eis a tradução dessa música:
Altar na casa de reza
Vamos nos fortalecer karai poty
Porta voz da nossa tradição
Mbaraka na casa de reza
Porta voz da nossa tradição
Vamos nos fortalecer, karai poty
Cânticos na casa de reza
Vamos nos fortalecer, karai poty
Porta voz da nossa tradição
Faixa 3 06:04
Carry the gift
R. Carlos Nakai e William Eaton
Álbum: Carry the Gift
Canyon Records
Carry the gift
R. Carlos Nakai e William Eaton
Álbum: Carry the Gift
Canyon Records
Faixa 4 13:05
A nova tribo
Daniel Namkhay
Álbum: Filhos do Vento
A nova tribo
Daniel Namkhay
Álbum: Filhos do Vento
Cd
Capas
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“O Xamanismo acredita num mundo abaixo desta realidade, e noutro mundo acima desta realidade, considerada comum, ordinária. De certa forma, se assemelha aos mitos das religiões ocidentais, com suas camadas de céu, terra, inferno. O mundo xamânico de bons espíritos, espíritos guardiões e espíritos malignos, pode muito bem ser comparado à liturgia ocidental dos arcanjos, anjos da guarda, santos patronos e o diabo. Será que algum sacerdote, dos tempos do faraó a Lutero, com habilidade de interceder no mundo espiritual, agiu diferentemente de como age um xamã?A grande divergência entre as religiões ocidentais e o Xamanism ocorre em relação aos conceitos – os ocidentais consideram que somente os seres humanos possuem alma, espírito, e que a humanidade é o intérprete solitário nas realidades ordinárias e extraordinárias. Para o Xamanismo, toda existência é integrada, em altíssimo nível. Literalmente, tudo o que existe tem alma. Não há divisão entre orgânico e inorgânico. Não há estrutura hierárquica em termos de consciência, com o ser humano confortavelmente no topo e as pedras no final. Todas as realidades existem simultaneamente,no tempo. Todas as formas de existência estão aqui para serem reconhecidas e respeitadas e, em troca, reconhecer e respeitar o observador.
Para alcançar a passagem para as realidades alteradas, o xamã precisa auferir os benefícios dos guias e aliados, quase sempre na forma de espíritos de animais.”
Mirna A. Grzich
“Os mensageiros animais, enviados pelo Poder Invisível, já não servem mais, como nos tempos primitivos, para ensinar e guiar a humanidade. Ursos, leões, elefantes, cabritos e gazelas estão nas jaulas dos nossos zoológicos. O homem não é mais o recém-chegado a um mundo de planícies e florestas inexploradas, e nossos vizinhos mais próximos não são as bestas selvagens, mas outros seres humanos, lutando por bens e espaço, num planeta que gira sem cessar ao redor da bola de fogo de uma estrela. Nem em corpo nem em alma habitamos o mundo daquelas raças caçadoras do milênio paleolítico, a cujas vidas e caminhos de vida, no entanto, devemos a própria forma dos nossos corpos e a estrutura das nossas mentes. Lembranças de suas mensagens animais devem estar adormecidas, de algum modo, em nós, pois ameaçam despertar e se agitam quando nos aventuramos em regiões inexploradas. Elas despertam com o terror do trovão. E voltam a despertar, com uma sensação de reconhecimento, quando entramos numa daquelas grandes cavernas pintadas. Qualquer que tenha sido a escuridão interior em que os xamãs daquelas cavernas mergulharam, em seus transes, algo semelhante deve estar adormecido em nós, e nos visita à noite, no sono.”
Joseph Campbell, O Caminho dos Poderes Animais
"Mitos e Estações no Céu Tupi-Guarani”
Com astronomia própria, índios brasileiros definiam o tempo de colheita, a contagem de dias, meses e anos, a duração das marés, a chegada das chuvas. Desenhavam no céu histórias de mitos, lendas e seus códigos morais, fazendo do firmamento esteio de seu cotidiano.
Por Germano Afonso
Com astronomia própria, índios brasileiros definiam o tempo de colheita, a contagem de dias, meses e anos, a duração das marés, a chegada das chuvas. Desenhavam no céu histórias de mitos, lendas e seus códigos morais, fazendo do firmamento esteio de seu cotidiano.
Por Germano Afonso
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