A partir desse episódio, o Mandrágora, a série vai ficando cada vez mais surrealista. A possibilidade de toda a história ser produto de sonhos e delírios está cada vez mais forte, ao ponto dos personagens duvidarem constantemente da própria existência “real”.
No episódio de 1993, Mandrágora, Druuna revelou um outro dom até aquele momento desconhecido – seu incrível poder sensitivo. Graças a essa capacidade, ela tentou liberar Shastar, com forma de ectoplasma, como se fosse uma imagem holográfica. Ele estava aprisionado dentro de uma unidade de processamento. Enquanto isso, Lewis conseguiu se transferir para o computador da nave que salvou Druuna.
A heroína foi acionada telepaticamente para contatá-lo e descobrir o antídoto contra a doença que migrou para a espaçonave por meio de um prisioneiro contaminado. Em seguida, Druuna voltou a sonhar e assim pôde retornar à sua cidade de origem, onde reencontrou antigos personagens. Aqui, Serpieri deu um nó na cabeça do leitor. Insinuou que toda a cidade não passava de fruto do sonho de Lewis. Ou seja, nada do que fora mostrado até aquele momento existira.
Depois de séculos de atividade, a mente de Lewis estava exausta e ele entrou numa espécie de inércia, de letargia, na qual seus impulsos inconscientes proliferaram e transformaram a realidade num universo autônomo. “Somos frutos desse universo de seu sonho, uma elaboração psíquica complexa e inconsciente”. Por esssa lógica, portanto, Druuna não existiria como um ser real.
Delírios à parte, ela se viu obrigada a excitar dois homens para lhes retirar a “seiva” que precisava, por meio do gozo sexual. Se não o fizesse, um amigo seu seria executado.
Delírios à parte, ela se viu obrigada a excitar dois homens para lhes retirar a “seiva” que precisava, por meio do gozo sexual. Se não o fizesse, um amigo seu seria executado.
Ela chegou ao Instituto e descobriu que os homens com quem deveria transar seriam sacrificados no momento do orgasmo – ou seja, seria uma ejaculação mortal. E concluiu que, desse ritual se tirava o principal elemento para preparação do antídoto temporário contra a doença. No momento em que ela se submeteu a esse propósito, o local foi invadido pelo Esquadrão de Intervenção Sanitária. .
O médico pervertido: favores sexuais por remédios, um dos mais marcantes (e antigos) personagens da série...
Nota: em Mandrágora, podemos notar na história mais uma vez a constante presença do próprio criador de Druuna, Serpieri, auto-retratado como o médico filósofo da nave. Uma grande sacada do autor.
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