"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Tom Zé – Se o Caso é Chorar & Todos os Olhos


Se o Caso é chorar (1972)

1 Happy end
(Antônio Pádua - Tom Zé)
2 Frevo
(Tom Zé - Tuzé de Abreu)
3 A babá
(Tom Zé)
4 Menina, amanhã de manhã (O sonho voltou)
(Perna - Tom Zé)
5 Dor e dor
(Tom Zé)
6 Senhor cidadão
(Poema "Cidade", de Augusto de Campos - Tom Zé)
7 A briga do edifício Itália com o Hilton Hotel
(Tom Zé)
8 O anfitrião
(Tom Zé)
9 O abacaxi de Irará
(Perna - Ribeiro - Tom Zé)
10 O sândalo
(Tom Zé)
11 Se o caso é chorar
(Perna - Tom Zé)
12 Sonho colorido de um pintor
(Talismã)


Todos os Olhos (1973)

13 Complexo de Épico
(Tom Zé)
14 A noite do meu bem
(Dolores Duran)
15 Cademar
(Augusto de Campos - Tom Zé)
16 Todos os olhos
(Tom Zé)
17 Dodó e Zezé
(Odair Cabeça de Poeta - Tom Zé)
18 Quando eu era sem ninguém
(Tom Zé)
19 Brigitte Bardot
(Tom Zé)
20 Augusta, Angélica e Consolação
(Tom Zé)
21 Botaram tanta fumaça
(Tom Zé)
22 O riso e a faca
(Tom Zé)
23 Um "oh" e um "ah"
(Tom Zé)
24 Complexo de Épico (Replay)
(Tom Zé)

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“Não poderiam ser dois discos mais diferentes – e geniais: Se o Caso é Chorar (1972) é o Tom Zé lúdico, que exercita alegremente seus dotes poéticos em sambinhas, frevos e rocks que parecem inocentes, mas trazem embutidos uma grande carga de ironia e invenção. Já Todos os Olhos (73, cuja capa, só mais tarde se soube, era a foto em close de um, digamos, pavilhão retro-furicular com uma bolinha de gude) é raivoso, angustiado e experimental, de faixas que acabam bruscamente – um claro reflexo dos tempos de repressão política tão corajosamente desafiados pela capa. Deste LP, saíram para a coletânea de David Byrne faixas como o samba adoniraniano Augusta, Angélica e Consolação, ou radicais como Cademar (uma espécie de poema concreto musicado), Um "Oh" e um "Ah" e a mântrica Complexo de Épico (uma pedrada na imagem do compositor "sério" e engajado, preconizado pela esquerda da época). Mas o bom desse relançamento é descobrir no disco faixas tão boas quanto, caso de Todos os Olhos (outra pedra nos que dele cobravam seriedade), o debochado country-sertanejo Dodó e Zezé (com cavaquinho de Rogério Duprat – e a mixagem é uma atração à parte), a triste Brigitte Bardot e a arrepiante (e fúnebre) versão de A Noite do Meu Bem, de Dolores Duran. Não representado na coletânea de Byrne, o LP Se o Caso é Chorar por sua vez é só novidade no ano 2000. Tocante na singeleza de um samba como A Briga do Edifício Itália com o Hilton Hotel, emocionante no toque gospel de Senhor Cidadão, a mais política do disco ("Ó Senhor Cidadão eu quero saber/ com quantos quilos de medo se faz uma tradição"), inusitado na psicodelia aplicada ao samba-enredo em Sonho Colorido de um Pintor e provocante nas mensagem anti-hipocrisia de Sândalo ("Faça suas orações uma vez por dia/ e depois mande a consciência junto com os lençóis pra lavanderia"). Enfim, num só CD, temos dois discos que brilham no escuro” (Silvio Essinger )
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2 comentários:

Anônimo disse...

Neide, não sou fã de Tom Zé mas qdo soube o que era esta capa e principalmente, qdo foi lançado o disco, tirei chapéu pro cara. Foi uma proposta arriscada porém comprovou a imbecilidade completa da ditadura (e ela é assim em qualquer tempo e local). Imaginem, os pseudo-moralistas da censura da época, que barravam as coisas mais ingênuas, aprovando a capa sem saber ao certo do que se tratava. Tom Zé & Cia devem ter dado boas risadas e isso confirma sua genialidade, assim como de tantos da época. Fazer frente a um regime autoritário dentro do páis é que foram elas, é ter coragem. Grande post e mostra que o Portifólio-X tb é muuiiiiiiiittttttaaaa cultura. Parabéns Neide.

Neide disse...

É, com certeza ele sempre foi o mais ácido dos baianos (a turma da mesma época)...eu pretendo postar mais um que tenho por aqui, de 1970.

Abraços amigo, obrigada por tudo!