"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sobre os museus...

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“...antes de mais nada, eu instalaria no mínimo um bar em cada andar; só isso pagaria todos os salários e permitiria a restauração e a salvação de algumas pinturas e dos tigres-de-dentes-de-sabre que estão com um cu que mais parece o bolso lateral de um vasta crioulo. depois mandaria instalar uma banda de rock, uma banda de swing e uma banda sinfônica para cada andar, mais três ou quatro mulheres bonitas para ficarem circulando e parecerem bonitas. você não aprende coisa alguma ou enxerga coisa alguma a não ser que você vibre. a maioria das pessoas apenas olha pr’aquele dente-de-sabre atrás daqueles vidros quentes e segue andando furtivamente um pouco envergonhado e um pouco aborrecido.
mas será que você não consegue enxergar um sujeito e sua esposa, cada um com uma cerveja na mão, olhando para o dente-de-sabre, e dizendo, “cacete, olha pra essas presas! meio parecidas com as de um elefante, heim?”
e ela diria, “gatinho, vamos pra casa fazer amor!”
e ele diria, “no cu”! não antes que eu desça até o porão e veja aquela espada de 1917. dizem que o próprio Eddie Rickenbacker a utilizou. pegou dezessete hunos. além disso, ouvi dizer que o Pink Floyd está lá embaixo.”
mas os Revolucionários queimarão o museu. eles acham que o incêndio resolve tudo. queimariam a sua avó se ela não conseguisse correr o suficientemente rápido. e sairão em busca de água ou de alguém que possa impedir os verdadeiramente insanod de cortarem suas gargantas enquanto dormem. e descobrirão quantos ratos moram na cidade, não ratos humanos mas ratos-ratos. e descobrirão que os ratos são as últimas coisas a se afogar, aqueimar, a morrer de fome; que eles são as primeiras coisas com capacidade de achar comida e água porque estiveram fazendo isso durante séculos sem nenhuma ajuda. os ratos são os verdadeiros revolucionários; os ratos são os verdadeiros undergrounds, mas não querem o seu cu exceto para mordiscar e não estão interessados em OOOOOOOOOMMM.”

Charles Bukowski, em “Notas de um Velho safado”

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