1 James Tatum Trio Plus Introduction (4:25)
2 Lloyd Miller Gol-E-Gandom (4:10)
3 Morris Wilson Beau Bailey Quintet Paul's Ark (3:20)
4 Mor Thiam Ayo Ayo Nene (5:42)
5 Ndikho Xaba & The Natives Nomusa (8:45)
6 Positive Force, The With Ade Olatunji The Akrikan In Winter (4:13)
7 Salah Ragab And The Cairo Jazz Band Neveen (7:45)
8 Frank Derrick Total Experience, The No Jive (5:10)
9 Hastings Street Jazz Experience* Ja Mil (3:34)
10 Ronnie Boykins The Will Come, Is Now (12:26)
11 Leon Gardner Be There (3:30)
12 Ohio Penitentiary 511 Jazz Ensemble Psych City (10:45)
2 Lloyd Miller Gol-E-Gandom (4:10)
3 Morris Wilson Beau Bailey Quintet Paul's Ark (3:20)
4 Mor Thiam Ayo Ayo Nene (5:42)
5 Ndikho Xaba & The Natives Nomusa (8:45)
6 Positive Force, The With Ade Olatunji The Akrikan In Winter (4:13)
7 Salah Ragab And The Cairo Jazz Band Neveen (7:45)
8 Frank Derrick Total Experience, The No Jive (5:10)
9 Hastings Street Jazz Experience* Ja Mil (3:34)
10 Ronnie Boykins The Will Come, Is Now (12:26)
11 Leon Gardner Be There (3:30)
12 Ohio Penitentiary 511 Jazz Ensemble Psych City (10:45)
“O jazz antes de género básico na criação musical é sinónimo de um certo espírito de rebeldia, criatividade e inconformismo. A vontade de romper com as regras e descobrir novos caminhos e horizontes através da improvisação e até experimentação. E isso também se refletiu e muito na contra-cultura, que se edificou na década de 60 principalmente nos EUA. Esses grandes mestres como Coltrane ou Davis, que tinham vindo a quebrar os limites do jazz mais conservador espelharam na perfeição esse espírito do jazz que inicialmente referimos. E claro que se sucederam outras iluminárias do jazz mais vanguardista como Sun Ra ou Albert Ayler, que abriram uma nova e diferente visão do jazz até à altura, e que ainda hoje tem suas obras permanecendo como verdadeiras preciosidades. O que muitas vezes acontece é que boa parte desses registros históricos mais underground perdem-se no tempo e são esquecidos anos após anos num velho estúdio empoeirado. Felizmente para nós – melómenos (amantes da música) assumidos e obcecados por estas coisas obscuras da música - existem editoras que têm especializado-se na recuperação destas gravações, as quais nos ajudam a compreender melhor o passado, o presente e até o futuro da música. A Soul Jazz é um desses exemplos e penso que já dispensa apresentações pelo seu vasto e rico catálogo sonoro em que cada lançamento torna-se num quase clássico instantâneo.
Nesta onda de recuperações de registros perdidos no tempo, a editora Jazzman acaba de lançar Spiritual Jazz - Esoteric, Modal And Deep Jazz From The Underground 1968-77 uma das mais fabulosas compilações dos últimos tempos e que nos dá conhecer um universo do jazz tão peculiar e uma mão cheia de artistas que até então não passavam de ilustres desconhecidos.
As doze faixas que compõem o disco são (e cada uma à sua maneira) um exercício de criatividade jazzística que aborda outros géneros e ambientes variados únicos. Por aqui ouvem-se ritmos funk em ácido e celebrações harmônicas livres e até música esotérica digna de um qualquer ritual xamânico numa aldeia de Marrocos. E tudo isto nos soa espantosamente diferente de todo o resto. É certo que o supra-citado Sun Ra ou até mesmo Pharoah Sanders já tinham explorado alguns territórios aqui presentes mas ainda assim ficamos com aquela sensação de que estamos perante de algo muito forte e muito inovador (até mesmo para os dias de hoje) em que tanto se faz e tanto se ouve. Como curiosidades, encontramos aqui um tal de Mor Thiam que anos mais tarde iria fazer parte de um dos colectivos de jazz mais radicais e influentes de sempre, os Art Ensemble Of Chicago. Ou ainda Leon Gardner que aborda uma espécie de poesia livre/spoken word absolutamente admirável. Cada artista aqui revela a condição da música no geral e neste caso do jazz, como algo de transcendente. Ou como o título aponta, o jazz como algo profundo, esotérico e eclético.
Mais que um disco específico para apreciadores de jazz ou colecionadores de álbuns obscuros, esta é uma obra essencial a qualquer apreciador de música que se interessa por conhecer também as raízes e as fases que certas formas musicais tomaram. Um trabalho notável da Jazzman que não deverá passar despercebido e que certamente será sempre visto como um tesouro.”
Nesta onda de recuperações de registros perdidos no tempo, a editora Jazzman acaba de lançar Spiritual Jazz - Esoteric, Modal And Deep Jazz From The Underground 1968-77 uma das mais fabulosas compilações dos últimos tempos e que nos dá conhecer um universo do jazz tão peculiar e uma mão cheia de artistas que até então não passavam de ilustres desconhecidos.
As doze faixas que compõem o disco são (e cada uma à sua maneira) um exercício de criatividade jazzística que aborda outros géneros e ambientes variados únicos. Por aqui ouvem-se ritmos funk em ácido e celebrações harmônicas livres e até música esotérica digna de um qualquer ritual xamânico numa aldeia de Marrocos. E tudo isto nos soa espantosamente diferente de todo o resto. É certo que o supra-citado Sun Ra ou até mesmo Pharoah Sanders já tinham explorado alguns territórios aqui presentes mas ainda assim ficamos com aquela sensação de que estamos perante de algo muito forte e muito inovador (até mesmo para os dias de hoje) em que tanto se faz e tanto se ouve. Como curiosidades, encontramos aqui um tal de Mor Thiam que anos mais tarde iria fazer parte de um dos colectivos de jazz mais radicais e influentes de sempre, os Art Ensemble Of Chicago. Ou ainda Leon Gardner que aborda uma espécie de poesia livre/spoken word absolutamente admirável. Cada artista aqui revela a condição da música no geral e neste caso do jazz, como algo de transcendente. Ou como o título aponta, o jazz como algo profundo, esotérico e eclético.
Mais que um disco específico para apreciadores de jazz ou colecionadores de álbuns obscuros, esta é uma obra essencial a qualquer apreciador de música que se interessa por conhecer também as raízes e as fases que certas formas musicais tomaram. Um trabalho notável da Jazzman que não deverá passar despercebido e que certamente será sempre visto como um tesouro.”
Resenha escrita por Nuno Afonso, em Mescla Sonora
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Acima, “Saxofonist”, by H.R.Giger (tenho verdadeira paixão pela Arte desse homem)
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