"O inimigo mais perigoso que você poderá encontrar será sempre você mesmo." ( Friedrich Nietzsche )

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

The Doors - Live in Boston Arena, 10/04/1970

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Stevenson – O que você acha de grupos como Stones e Alice Cooper?
Morrison – Gosto de pessoas que gostam de sacudir o público e deixá-lo numa posição desconfortável. Um jovem amigo meu, Iggy (Pop), é demais.
Stevenson – Mas não teria sido exatamente isso que a imprensa fez com você, tornando-o, aos olhos de todos, um terremoto que choca as pessoas?
Morrison – A imprensa sempre faz isso.
Stevenson – Mas isso refere-se mais à imagem do que, à pessoa que está agindo.
Morrison – Atualmente, gosto de tudo o que leio. Claro que me refiro aos que escrevem sobre mim. Estamos mais interessados em nós mesmos e nas pessoas que nos cercam. Mas a imprensa concentrou-se demasiadamente nos meus genitais e esqueceu-se de que, além de ser um saudável macho jovem, com braços, pernas, tórax, olhos e nariz, tinha também um cerebelo...E mesmo equipado completamente com a cabeça, existem ainda outras coisas além. É isso que penso...
Stevenson - A sensibilidade.
Morrison – O equipamento completo.
Stevenson - Qual sua opinião sobre o amor?
Morrison – Bem. O amor é um punhado de estratagemas que possuímos para preencher o vão da vacuidade. Tenho dito.
(Trecho da entrevista concedida por Morrison para Salli Stevenson, em 1970)


Chorush – Me interessou muito algo que você diz no livro “The Lords”: “O apelo do cinema reside no medo da morte”, poderia explicar isso?
Morrison – Não falo em arte em geral, mas refiro-me principalmente aos filmes. As pessoas têm de confirmar suas próprias existências. Muitas coisas tornam-se mais reais se são fotografadas e criam uma aura de vida na tela. Mas esses pequenos aforismos que estão em The Lords, se pudesse dizê-los de outra maneira, eu diria. Seriam mutilados. Não os tomei muito a sério. Escrevi a maior parte deles quando estudava cinema na UCLA. Era na verdade uma tese de estética. Não estava preparado naquela época para fazer filmes, porém o estava para escrever sobre o assunto.
Muitas passagens (principalmente aquelas que dizem respeito ao xamanismo) tornaram-se proféticas alguns anos mais tarde. Não tinha a menor idéia sobre o que estava dizendo quando os criei.
Chorush – No final de “The Lords” você define os Lords como pessoas que controlam as artes.
Morrison – É estranho, mas de certa forma foi isso que pensei. Não necessariamente detêm o controle das artes. Este livro está repleto do sentimento de falta de poder e de auxílio que têm as pessoas frente à realidade. Não têm o poder de controle sobre os eventos ou suas próprias vidas. Alguém sempre os está controlando. A realidade mais próxima a que têm acesso é um aparelho de televisão. Quando criei a noção de Lords pensei na oposição total a isso. Para mim, os Lords representam algo completamente diferente. Não posso explicar. Os Lords são uma raça romântica de pessoas que encontraram um meio de direcionar seu comportamento e suas próprias vidas. São totalmente diferentes das demais pessoas.
(Trecho da entrevista que Jim Morrison concedeu a Bob Choruch, do Los Angeles Free Press, em 1971)
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“The Doors LIVE IN BOSTON 1970 captura a legendária turnê de 1970 e o show na Boston Arena, no dia 10 de abril. Naquela ocasião, a banda comandada por Jim Morrison tocou duas vezes e em ambas levantou o público presente e hoje se transformou nesse CD triplo. Na primeira parte da gravação nós podemos ouvir o primeiro show na íntegra, incluíndo clássicos como Roadhouse Blues, When The Music's Over e Light My Fire.
O segundo show é maior e ocupou dois cds. Além dos mesmos sucessos acima, outras músicas do sensacional repertório do grupo marcam presença, como Break On Through, Back Door Man e até Adolf Hitler, esta com uma performance memorável de Morrison. Rumores na época davam conta que o cantor estaria completamente drogado durante as duas apresentações. Ninguém sabe ao certo, mas quem viu vídeos da noite afirma que poucas vezes na história um músico bebeu tanto durante um show. Registro imperdível.” (Musig)



Disc 1 - First Show

1. Start [1:44]
2. All Right, All Right, All Right [0:13]
3. Howling & Moaning [0:40]
4. Roadhouse Moan [0:34]
5. Roadhouse Blues [4:48]
6. Ship Of Fools [6:34]
7. Alabama Song (Whisky Bar) [2:02]
8. Back Door Man [2:17]
9. Five To One [10:26]
10. When The Music's Over [15:00]
11. Rock Me [7:03]
12. Mystery Train [7:15]
13. Away In India [1:54]
14. Crossroads [5:14]
15. Prelude to Wake Up! [0:48]
16. Wake Up! [1:33]
17. Light My Fire [12:07]

PARTE 1


Disc 2 - Second Show

1. Start [1:22]
2. Break On Through [8:12]
3. I Believe In Democracy [0:33]
4. When The Music's Over [14:19]
5. Roadhouse Blues [5:53]
6. The Spy [5:43]
7. Alabama Song (Whisky Bar) [1:40]
8. Back Door Man [2:27]
9. Five to One [7:05]
10. Astrology Rap [0:38]
11. Build Me A Woman [4:18]
12. You Make Me Real [2:58]
13. Wait A Minute! [0:52]
14. Mystery Train [8:26]
15. Away In India [2:27]
16. Crossroads [3:21]

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Disc 3 - Second Show Continued

1. Band Intros [0:35]
2. Adolf Hitler [0:23]
3. Light My Fire [5:47]
4. Fever [0:23]
5. Summertime [7:26]
6. St. James Infirmary Blues [0:49]
7. Graveyard Poem [1:13]
8. Light My Fire [1:45]
9. More, More, More! [0:19]
10. Ladies & Gentlemen [0:13]
11. We Can't Instigate [0:13]
12. They Want More [1:16]
13. Been Down So Long [6:46]
14. Power Turned Off [9:08]

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2 comentários:

PAULO BROTHER disse...

Maneira Postagem.

Muito bom os discos e as entrevistas no meio.

Neide disse...

Também gostei desse box ai, a qualidade tá boa e sem querer querendo deu pra conseguir o livreto completo. Logo logo vou postar outro do Doors, bom que vc curtiu.

Abraços!