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No terceiro episódio da série, “Criatura”, de 1989, Serpieri reforçou a idéia de que a loucura era normal nessa cidade dos horrores, onde nada parecia fazer sentido. O enredo trazia a explicação de que, num mundo artificial, de espaço reduzido e de extrema vigilância, o sonho se tornou um recurso constante para se manter vivo e até se fazer conspiração contra o comando central. O autor criou também novas possibilidades de ação.
Detalhes sobre a história continuaram a ser apresentados, de modo a tornar a trama mais acessível. Mas havia muito ainda para ser revelado. Explicações foram inseridas de modo a dar um pouco mais de coerência ao que se queria contar. Como, por exemplo, a exata dimensão do planeta artificial onde Druuna habitava – a mega espaçonave tinha cerca de 300 quilômetros de extensão -, espaço suficiente para se construir uma grande cidade e fazer com que seus moradores se iludissem com a idéia de infinito.
Ao vagar como um monumental asteróide, o estranho objeto foi localizado por uma aeronave tripulada por humanos de um outro sistema solar mais avançado. Enquanto tentava descobrir do que se tratava o gigantesco monumento, seu comandante, Williamson, começou a receber contatos telepáticos e a ter sonhos de profundo realismo, a ponto de se transportar para um lugar fantástico onde percebeu que um líquen parasitário parecia sugar a vida ao redor de prédios abandonados.
Não demorou para ele se deparar com uma mulher deslumbrante como nunca vira antes em toda a sua vida. Seu nome: Druuna. O astronauta descobriu que, naquele lugar, o arcabouço genético havia excluído fenômenos primitivos de reprodução como gestação e parto. Por causa disso, o subconsciente não podia se lembrar das coisas que não faziam mais parte de sua herança genética. Druuna, então, pediu-lhe socorro para que a ajudasse em sua missão de destruir Delta.
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Williamson aceitou ajudá-la e passou a explorar a cidade. Encontrou uma imensa cratera, viva e pensante, que tentava se integrar com a parte artificial da grande aeronave, como se juntas fossem um só corpo. Era o ponto vital da criatura que dominou Delta. Essa, entretanto, funcionava apenas como parte da verdade que surgia mais uma vez.
Como num rompimento brusco com as aventuras anteriores, Druuna acordou de seus sonhos e encontrou tudo mudado à sua volta. Tinha a impressão de que havia dormido durante séculos. Logo concluiu que a ameaça de antes se transformara num grande monstro que ficava cada vez maior e gerava “anticorpos” – criaturas que atacavam tudo que se mexia, de forma devoradora. Assemelhavam-se a baratas gigantescas.
Capturada por humanos, ela foi usada sexualmente para “atender” aos “direitos viris” dos homens, cujo único propósito seria gerar filhos. Depois de ser drogada, ao invés de resistir, entregou-se ao sexo em grupo como uma ninfomaníaca insaciável.
Em sua busca incansável, Druuna encontrou Shastar. Mais uma vez, ela descobriu que ele não morrera e vivia cego, preso por um dispositivo atado ao seu cérebro. A partir desse momento, tudo passou a ficar mais confuso na aventura de Serpieri.
Começo e fim não existiam mais no mundo druunaniano. Passado, presente e futuro se anularam e todos estavam desprovidos de vida. O tempo parou. Ninguém nascia ou morria, apenas se permanecia vivo. Lewis, então, regenerou o corpo de Shastar como forma de manter sua luta para destruir Delta.
Nesse episódio, destacou-se uma brincadeira que talvez alguns fãs de Serpieri que nunca tinham visto uma fotografia sua não tenham notado. A figura do médico, cientista e filósofo da pequena nave espacial cujo comandante visitava o sonho de Druuna não era outro senão o próprio autor, num auto-retrato bem realista.
Começo e fim não existiam mais no mundo druunaniano. Passado, presente e futuro se anularam e todos estavam desprovidos de vida. O tempo parou. Ninguém nascia ou morria, apenas se permanecia vivo. Lewis, então, regenerou o corpo de Shastar como forma de manter sua luta para destruir Delta.
Por fim, veio a grande revelação sobre a misteriosa doença. Como se sabia, o cérebro do gigantesco computador era uma criatura alienígena que se ligara ao planeta artificial e a peste se tornou a primeira manifestação de sua presença. Druuna ficou sabendo que fora mantida viva quando teve seu corpo lançado em sono profundo, projetando sua mente em outra dimensão. Ela notou que não havia saída e todos à sua volta estavam condenados a morrer ali
Nesse episódio, destacou-se uma brincadeira que talvez alguns fãs de Serpieri que nunca tinham visto uma fotografia sua não tenham notado. A figura do médico, cientista e filósofo da pequena nave espacial cujo comandante visitava o sonho de Druuna não era outro senão o próprio autor, num auto-retrato bem realista.
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