“O objetivo que tento atingir, pelo poder da palavra escrita, é fazer você escutar, fazer você sentir e acima de tudo, fazer você ver. Isto, e nada mais, é tudo”. Palavras de Joseph Conrad, talvez um dos mais vicerais escritores que a literatura ocidental já produziu. Jósef Teodor Konrad Korzeniowski nasceu em 1857, na cidade de Berdichev, na Ucrânia, uma região que foi parte da Polônia mas na época estava sobre controle russo.
Seu pai, Apollo Korzeniowksi, poeta e tradutor de literatura francesa e inglesa, criava o garoto num ambiente efervescente, num país onde se falavam quatro línguas, havia quatro religiões e diferentes classes sociais em combate. Por serem szlachta, uma classe herditária abaixo da aristocracia que possuia qualidades de nobreza, seu pai detinha um enorme poder político.
Porém, em 1861, envolvido em um movimento contra o domínio Czarista, Apollo teve que se exilar em Volgoda, norte da Rússia, junto com sua família. Foram sustentados pela Igreja Católica, o jovem Joseph contraiu pneumonia e sua mãe faleceu em 1865, de tuberculose. Tragédias singulares em menos de dez anos de vida.
Apollo criou o garoto com trabalhos de Dickens, Fenimore Cooper e do Capitão Marryat. Em 1869, seu pai também morreu de tuberculose. Conrad vai então para a Suíça, abrigado com seu tio materno, Tadeusz Bobrowski, que o influenciou definitivamente. Ele volta à Polônia e frequenta escolas em Cracóvia, criando tantos problemas até que seu tio o permitisse tentar a vida de marinheiro. Bem visto em vários círculos, acabou sendo dominado por seus amigos boêmios, que o introduziram à ópera, ao drama e ao teatro.
Mas a vida marítima o chamava. Consegui se tornar um observador em alguns barcos. E todo este pano de fundo se tornaram essenciais em suas obras futuras. Na metade da década de 1870, ele se juntou à Marinha Mercante da França como aprendiz e fez três viagens às Índias Ocidentais entre 1875 e 1878. Tudo isto para evitar ter que se juntar ao Exército Russo. Também se envolveu em contrabando de armas para a Espanha, que quase acabou em tragédia, com Conrad tentando o suicídio e não obteve êxito.
Seu tio o encorajou a entrar para a marinha Mercante Britânica e conseguir a cidadania inglesa. E durante dezesseis anos ficou nos barcos da Rainha. Em 1886 era o comandante de um navio. No mesmo ano conseguiu a cidadania britânica. Em 1889 perdeu o direito de ser russo e assim pode visitar a Polônia novamente. E mudou seu nome para Joseph Conrad.
Em 1890 foi contratado como capitão de um navio que iria atravessar o Congo, onde padeceu de malária e desinteria. Esta experiência foi fundamental para o livro “O Coração das Trevas”, de 1902. Sua fúria e condenação do colonialismo foi brutal. Em 1894 abandonou o mar definitivamente. E decidiu se dedicar à literatura. Aos 36 anos se estabeleceu definitivamente na Inglaterra.
Em 1895 publicou Almayer`s Folly, trabalho que consumiu cinco de seus anos. Seguiu-se An Outcast of the Islands, 1896, The Nigger of the Narcissus, Lord Jim, Youth. Ainda em 1896, casou-se com Jessie George e mudou-se para Kent. Nostromo surge em 1904, um romance que explora a vunerabilidade e corrupção humana. Under Western Eyes, de 1911, é considerado seu melhor livro, estilo Dostoievski. Ao término deste livro, Conrad sofre de um colapso nervoso. Conrad também aventurou-se na dramaturgia mas suas peças eram um fracasso de público e rejeitado pela crítica. Em 1919 é aclamado como escritor. Sofrendo de reumatismo, no dia 3 de Agosto de 1924, Joseph Conrad sofre um ataque cardíaco fulminante e faleceu. Seus restos mortais foram depositados em Canterbury. Porém sua influência na literatura do século 20 é essencial. F. Scott Fitzgerald assumiu que Nick-Carraway-Jay Gatsby foram moldados a forma do relacionamento de Marlow e Kurtz. Ernest Hemingway não escondeu sua admiração por Conrad além de Arthur Koestler, T.S. Eliot, Marcel Proust, André Malraux, Louis-Ferdiand Céline, Jean-Paul Sartre e Graham Greene. (Artigo de Danilo Corci)
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“O horror! O horror!" Estas palavras, as últimas do personagem Kurtz, têm confundido e fascinado os leitores desde a primeira publicação de O Coração das Trevas (Heart of Darkness), de Joseph Conrad, em 1902.
Numa narrativa baseada na idéia de contraste (luz versus escuridão, branco versus negro, civilizado versus selvagem, etc.) e interpenetração de opostos (por exemplo, sempre que aparece um elemento branco ele está cercado de negro, e vice-versa), o livro é ao mesmo tempo provocante e perturbador, atraindo e incomodando em doses iguais.
É o mesmo narrador de Lord Jim, outro livro de Conrad, Charlie Marlow, espécie de alterego do autor, que nos conta (por figura interposta, já que existe uma história dentro da história) sua estranha aventura em O Coração das Trevas. Na verdade, o próprio Conrad fez uma viagem muito semelhante à de Marlow, subindo o Rio Congo num barco a vapor.
Marlow faz a viagem em busca de Kurtz, um comerciante de marfim que se teria deixado influenciar demasiadamente pela magia do continente negro e sucumbido aos instintos selvagens. A história pessoal de Kurtz simboliza a trajetória do europeu civilizado em contato com o primitivo continente africano. No início, ele representa toda a cultura do homem branco, sendo ao mesmo tempo poeta, músico, político, comerciante, um polivalente homem da renascença. Ao final de sua trajetória, porém, já cometeu os mais diversos crimes contra a sociedade civil, que para ele já não faz sentido, e acaba por permitir um crime contra a religião cristã, o de ser adorarado ele mesmo como um deus.
Marlow e Kurtz são quase como uma só pessoa, duas faces do mesmo ser separadas por um mundo de possibilidades. Marlow é o que Kurtz poderia ter sido, Kurtz é o que Marlow poderia vir a ser. Em sua viagem rio acima, enquanto Kurtz não passa de uma figura mítica formulada em descrições divergentes de outros personagens, Marlow se afasta, aos poucos, física e mentalmente, do mundo dos brancos, retratado como brutal, e adentra a escuridão da selva, símbolo da realidade e da verdade. Mas também esta simbologia é ambígua, e por vezes não sabemos (nem nós leitores, nem o próprio Marlow) de que lado está a virtude ou onde reside a verdadeira escuridão.
O Coração das Trevas já foi interpretado de diversas formas. Numa leitura historicista, pode ser considerado uma dura crítica ao colonialismo. Ou, numa visão psicológica, pode ser encarado como uma jornada pesadelo adentro, ou mesmo um esbarrão com a própria loucura, da qual Marlow escapa mas não Kurtz. Ou, para o antropólogo ou sociólogo, o livro pode ser um debate sobre o contraste entre civilização e selvageria. Ou ainda pode ser visto como uma reflexão moral sobre o bem e o mal, que parecem ser os pontos centrais da trama. Como tão poucas páginas podem conter tanta coisa?
Um aspecto algumas vezes enervante de O Coração das Trevas (mas talvez seja exatamente o que gera seu encanto) é a forma como Conrad deixa o próprio leitor na escuridão. As trevas são sempre mencionadas mas nunca definidas, o horror balbuciado por Kurtz nunca chega a ser explicado, tudo é calculado para que o mistério se perpetue. Ser explícito, como o próprio Conrad escreveu anos mais tarde, é fatal para o fascínio de qualquer obra artística, roubando a sugestividade e destruindo a ilusão.
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Apocalypse Now: Original Motion Picture Soundtrack
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Disc 11 The End (4:15)
2 Saigon (Narration and Dialogue) (1:38)
3 The End (Pt. 2) (1:37)
4 Terminate (Narration and Dialogue) (5:44)
5 Delta (2:38)
6 P.B.R. (Narration and Dialogue) (2:02)
7 Dossier #I (1:51)
8 Colonel Kilgore (Narration and Dialogue) (5:43)
9 Orange Light (2:15)
10 Ride of the Valkyries Vienna Philharmonic Orchestra (2:00)
11 Napalm in the Morning (Dialogue) (:55)
12 Pre-Tiger (4:50)
13 Dossier #II (1:51)
14 Susie-Q (4:26)
15 1 (3:07)
16 75 Klicks (Dialogue) (1:09)
17 Nung River (3:10)
DownloadDownloadDisc 2
1 Do Lung Bridge (9:37)
2 Letters from Home (2:39)
3 Clean's Death (3:10)
4 Chief's Death/Strange Voyage (4:16)
5 Strange Voyage (4:16)
6 Kurtz' Compound (Dialogue) (2:18)
7 Willard's Capture (1:18)
8 Errand Boy (Dialogue) (2:04)
9 Chef's Head (2:04)
10 Hollow Men (1:09)
11 Horror (Dialogue) (5:42)
12 Even the Jungle Wanted Him Dead (Dialogue) (1:01)
13 The End (3:14)
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Sobre o compositor
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“Carmine Coppola, elaborou grandes obras além de partes da trilha de Apocalypse Now.
A morte do compositor e regente, no dia 26 de abril 1991, em Los Angeles, de apoplexia, aos 80 anos, fez com que a edição da trilha sonora de "O poderoso chefão - III" (Sony music, março/91) adquirisse ainda maior interesse, à época em que foi lançada. Afinal, esta foi a última soundtrack que o veterano maestro-compositor, pai do diretor Francis, criou e regeu. Se na primeira parte, há 19 anos, Carmine teve a felicidade de ter a colaboração de um dos maiores compositores da música do cinema, Nino Rotta (conhecido por sua parceria com o diretor Fellini) - falecido em 1979 - o que por certo ajudou ao trabalho merecer o Oscar, nas duas seqüências (a segunda foi em 1974), Carmine teve que remexer o caldeirão e trabalhar sozinho.
No episódio dirigido por Coppola para "Contos de Nova York" (1989), além da trilha sonora, Carmine fez uma ponta - justamente no papel de um idoso flautista.
Sua contribuição à música de cinema não ficou apenas nos filmes do ilustre filho. Tendo estudado flauta e composição na escola de música Jilliard, em Nova York, foi músico da sinfônica de Detroit e, mais tarde, tocou sob a regência de Toscanini na sinfônica da NBC.
Dirigiu comédias musicais na Broadway ("Kismet" e "Oen upon a maitress") e seu primeiro trabalho no cinema foi "A caminho do arco íris", (Finninan's rainbow), musical dirigido por Francis, com Fred Astaire e Petulia Clark.
Um de seus trabalhos mais importantes foi criar uma trilha sonora original para "Napoleon", que Abel Gance (1889-1981) realizou em 1925, que Francis reconstituiu e levou ao Rádio City Music Hall, em projeções com as três visões simultâneas, concebidas pelo genial realizador. Agora, quando num evento promovido pela Prefeitura de Niterói, pela primeira vez esta projeção tríplice aconteceu no Brasil, Carmine estava acertado para reger a Orquestra da Universidade Federal Fluminense, nos dias 20 e 21 de abril de 1991. Como teve o derrame, foi substituído pelo seu assistente, o maestro Paul Bogaev. No Estádio Caio Martins, na Capital fluminense, mais de 4 mil pessoas assistiram a versão restaurada de "Napoleon", com a música ao vivo pela grande orquestra (há 12 anos, a trilha já havia sido editada em lp nos Estados Unidos).”
Hospedagem, imagens/manipulação, transcrições das falas, etc, etc: Neide
Fusão de informações encontradas em:
Angulo Cinema '
Dedicado a mim, Neide, e ao incrível momento em
que descobri este filme, há 18 anos atrás...
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